O câncer é definido como uma doença crônica que tem várias causas, caracterizada pelo crescimento desordenado das células. O desenvolvimento das variadas formas mais comuns de câncer resulta de uma interação entre fatores endógenos, envolvendo alimentação, atividade física e outros fatores ambientais e de estilo de vida.
No que diz respeito à alimentação, é notável a transição nutricional que o Brasil enfrenta, com elevado consumo de alimentos processados e ultraprocessados e com uma baixa ingestão de frutas, verduras, hortaliças e grãos integrais.
Há várias evidências de que a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, destacando-se entre outros fatores de risco. Por exemplo, uma dieta inadequada pode contribuir com 35% das mortes por câncer causado por fatores ambientais, e uma dieta adequada poderia prevenir de três a quatro milhões de casos novos de cânceres a cada ano.
Tal fator reflete no aumento da obesidade e, consequentemente, no excesso de gordura corporal, provocando um estado de inflamação crônica e um aumento nos níveis de determinados hormônios que promovem o crescimento de células cancerígenas, o que aumenta as chances de desenvolvimento da doença.
Como a alimentação pode influenciar no câncer?
Segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), a ingestão de carnes processadas, como presunto, salsichas e linguiças, está classificada na categoria 1, o que significa que há evidências suficientes de que são carcinogênicas para humanos, particularmente associadas ao câncer colorretal. Nesse caso, dados estimam que cada porção de 50 gramas de carne processada ingerida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em cerca de 18%.
O alto teor de sal, conservantes e realçadores de sabor, como nitrito e nitrato, pode resultar em danos ao revestimento da mucosa do estômago, levando à inflamação, à atrofia e à colonização por Helicobacter Pylori. Hoje, o câncer colorretal é o segundo mais diagnosticado em mulheres e o terceiro em homens, segundo dados mais recentes da OMS, por isso, deve-se ter maior atenção ao consumo desses alimentos.
Os alimentos ricos em gorduras trans, açúcares adicionados e alimentos com alto índice glicêmico representam outro grupo preocupante, principalmente por serem de fácil acesso pela população, serem superaceitos pela maioria dos paladares e estarem sendo inseridos cada vez mais cedo no cotidiano das crianças. Além disso, os alimentos ricos em agrotóxicos e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também devem ser um sinal de alerta.
Ao contrário do que muita gente pensa, nenhum alimento isolado tem efeito protetor, mas o consumo regular de frutas, vegetais e leguminosas fornece uma variedade aumentada de vitaminas, minerais, fibras, carotenoides, flavonoides e fenóis, os quais apresentam propriedades antioxidantes e, por conseguinte, têm efeitos anticancerígenos.
Por esses motivos, busque nutrir-se com alimentos variados, dando sempre preferência aos alimentos in natura, frutas e verduras da estação. É importante que se tenha uma boa ingestão hídrica e pratique atividade física com frequência. Faça o básico por você, pela sua família e pela sua saúde todos os dias.
Embora não seja o único fator de risco, a alimentação é um dos fatores mais influenciadores durante o tratamento da doença. A nutrição é uma aliada fundamental na prevenção do câncer.
Fonte: redesantacatarina.org.br